Depois do Gravity, Lucid vai focar em modelos mais acessíveis para concorrer com a Tesla
Lucid confirma desejo de desenvolver elétricos mais acessíveis após o lançamento do Gravity, destaca CEO da marca em entrevista
A Lucid é uma das marcas startups que vem avançando apesar
das dificuldades. A marca norte-americana contava apenas com o sedã Air, mas
ganhou a companhia do utilitário esportivo grande, o Gravity. Após o lançamento
do SUV, a marca deve apostar em elétricos mais acessíveis, para ganhar mais em
volume de vendas. A informação foi confirmada pelo CEO da Lucid, Peter
Rawlinson, que durante entrevista confirmou que o foco da empresa agora é expandir
a sua linha. E isso poderá ocorrer de forma mais rápida.
A Lucid, que recentemente fechou uma parceria com a Aston
Martin, confirmou que a nova fase dos elétricos da marca vai ajudar na expansão
da empresa. “O mundo ouviu falar da Aston Martin”, disse Steve Fowler, do site Auto Express. Rawlinson respondeu: “E tenho certeza de que milhões de pessoas
ouviram falar da Lucid agora esta semana por meio disto e ouvirão no futuro.”. Perguntado
como essa parceria surgiu, Rawlinson confirmou que ela veio de uma conversa. “Lawrence
Stroll entrou em contato comigo apenas com uma pergunta casual”, disse
Rawlinson.
“Lawrence disse: 'Você tem uma ótima tecnologia, estamos
procurando o melhor', e isso se tornou uma espécie de processo competitivo e
analítico da parte deles. Eles queriam a melhor tecnologia para seus carros –
eles não mereciam nada menos.”, adicionou. Mas o fato é que a Lucid está em
busca de expandir o seu portfólio. Para isso, a empresa espera o início da
produção do Gravity para poder focar em novos modelos. “Depois do Gravity,
faremos concorrentes do [Tesla] Model 3 e Model Y. Achamos em torno de US$
50.000, talvez US$ 48.000 – algo assim. É muito cedo para dizer, mas essa é a
visão.”, disse o executivo.
O primeiro modelo mais compacto da marca deve ser lançado já em 2026, sendo um SUV que já foi antecipado por teaser (veja aqui). Em entrevista, Rawlinson ainda confirmou que o desafio dos carros elétricos está na sua eficiência combinada com a necessidade real. “O maior impacto no mercado de carros de massa será com baterias menores. Minha visão é que poderíamos chegar a seis milhas por quilowatt-hora? Estamos em 4,6 agora. Poderíamos chegar a seis milhas por quilowatt-hora com uma infraestrutura de carregamento rápido, com carregamento noturno? O carro elétrico do futuro precisa de apenas 250 milhas [402km]. Não precisamos de carros de 500 milhas [804km] no futuro, daqui a 10 anos.”, disse ao site inglês.
“Se pudéssemos obter seis milhas por quilowatt-hora e você só precisasse de 150 milhas de alcance [241km], isso seria um pacote de 25 quilowatts-hora. Isso seria um pacote de US$ 4.000, especialmente com um pouco de escala industrializada e fabricação de baterias. É disso que precisamos para fazer um carro de US$ 25.000 e é disso que o meio ambiente e o mundo precisam urgentemente para levar as massas aos carros elétricos. Você precisa do carro de US$ 25.000. Agora a Lucid vai fazer isso? Não. É uma coisa horrível de se fazer. Mas poderíamos ser a 'intel inside' para esse carro? O facilitador? Absolutamente. E é aí que poderíamos obter o efeito multiplicador.”, complementa.
"Há apenas alguns carros que a Lucid poderia fazer, mas de repente são 20 vezes mais. É como uma licença de software, é como se você simplesmente atualizasse o software e seu hardware não funcionasse sem um flash de software nosso e você tivesse que nos pagar X quantia por carro por esse flash. É apenas um 'Lucid Inside'. É onde estou agora, mas não temos todas as respostas. É muito importante não nos precipitarmos aqui.”, finalizou na entrevista. Além destas informações, o executivo confirmou mais alguns interesses da marca.
Entre eles, o interesse em terceirizar uma equipe de engenheiros para criar carros com volante no lado direito, o que permitirá a chegada da marca a outros mercados como Reino Unido, Austrálias e demais. No momento, Rawlinson confirmou que toda a sua equipe está focada em alguns projetos, como a finalização do Sapphire e no primeiro modelo mais acessível. A empresa que hoje fornece motores para a Fórmula E também estuda oferecer seus motores elétricos para aeronaves, indústria agrícola, militar e para outras empresas de automóveis.
Fotos: Lucid / divulgação
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