Captur à francesa: Renault confirma o fim de linha do SUV compacto no Brasil após 6 anos

Vítima da Guerra entre Rússia e Ucrânia, Renault Captur sai de linha no Brasil depois de seis anos em linha e pouco mais de 90 mil unidades vendidas 



A Renault parece que renunciou de vez de manter o Captur em nosso mercado. O fim de linha do SUV compacto lançado aqui em 2017 aconteceu por uma guerra bem distante do Brasil e que afetou a produção em São José dos Pinhais (PR). Lançado como um irmão mais refinado ao Duster, o Captur chegou no país com a mesma plataforma modular B0 e alongado em relação ao Captur europeu. Hoje, o SUV compacto francês já conta com uma segunda geração na Europa, mostrando que o SUV não teria muito tempo de mercado.

Aqui, ele foi lançado naquele ano de 2017 em que a Renault planejava lançar três grandes novidades: Kwid, Captur e Koleos. Deste, o Koleos ficou pelo caminho e o Kwid e o Captur se tornaram adições ao lineup. Mas enquanto o Kwid deslanchou no mercado, o Captur patinava no segmento fruto de uma investida que não foi a mais ideal para ficar acima do Duster. Acabamento simples e uma mecânica ultrapassada (com o velho 2.0 16v com câmbio automático de 4 marchas) foram os defeitos do SUV, mas a Renault rapidamente ofereceu uma transmissão CVT ao motor 1.6 16v SCe Flex.

Este 1.6, que foi lançado primeiramente apenas com câmbio manual, ganhou a transmissão automática alguns meses depois e foi assim que o SUV engrenou. Saiu das 13.742 unidades do ano do seu lançamento para 26.506 unidades em 2018 e 28.663 unidades em 2019, sendo este seu melhor ano de mercado. Mesmo assim, conseguiu vender mais que o Duster em alguns anos, muito por conta do cansaço da primeira geração do irmão mais velho. Mas a pandemia e o lançamento da nova geração do Duster foram apenas o início do calcanhar de Aquiles do Captur.



Além de conviver com o irmão mais velho com sua segunda geração, o Captur sofreu com a falta de peças. Em plena pandemia de COVID-19, a Renault tinha alguns componentes produzidos na Rússia enviados para cá e outros que eram produzidos aqui e enviados para a Rússia – de onde o projeto do nosso Captur foi compartilhado (por lá, ele era chamado de Kaptur e era igual ao nosso, a fim de atender dois mercados emergentes). A dificuldade de envio e importação de peças derrubou as vendas do Captur em 2020 para 10.872 unidades em 2020.

Em 2021, ainda com o problema da pandemia afetando a Renault e grande parte das montadoras, a francesa adicionou uma tentativa de injeção de ânimo ao SUV com a reestilização, lançada naquele ano. Não surtiu muito efeito e o Captur teve 8.306 unidades vendidas naquele ano. A verdadeira pá de cal veio em 2022, quando a Russia decidiu invadir a Ucrânia e sofreu com sanções econômicas de grande parte dos países do Ocidente, fazendo a Renault sair do mercado. Naquela época, sem conseguir importar mais peças, sua produção foi interrompida por alguns meses.

Algum tempo depois chegou a ser noticiado que a Renault tinha achado uma solução para o problema. De acordo com a Quatro Rodas, a marca trabalhava em nacionalizar alguns processos como estamparia e a produção de cerca de 30 peças que, de acordo com a revista, estava em fase de ser solucionado. No fim, nada disso foi adiante, muito provavelmente por custos. A empresa conseguiu importar mais algumas peças junto com fornecedores e produziu o Captur por mais algum tempo. Nesse meio tempo, encerrou novos pedidos pelo SUV e sua produção foi encerrada silenciosamente, sem ter muito o que fazer.



Acredita-se que a produção do SUV tenha acabado ainda em 2022, com estoques que seguiram até 2023. Agora fora de linha definitivamente, o Captur abriu caminho de novo ao Duster, que segue como único SUV compacto da marca, além da novidade Kardian, subcompacto, que atua logo abaixo. O fim de linha do Captur muito provavelmente já era certo, mas é evidente que ele saiu prematuramente. Na reestilização de 2021, foi o pioneiro a trazer o novo motor 1.3 12v TCe Flex desenvolve 170cv e 27,5kgfm, que tornava o Captur o modelo com maior torque do segmento.

O motor, que segue hoje no Duster, é associado a um novo câmbio automático CVT, que simula 8 marchas. Moderno, o motor possui nota A no selo do programa brasileiro de etiquetagem do Inmetro. Com gasolina, o consumo na estrada é de 12km/l e na cidade de 11,1km/l e com etanol o consumo é de 8,3km/l no percurso rodoviário e 7,5km/l no urbano. O motor TCe traz injeção direta de combustível e duplo comando de válvulas, tendo ainda o Bore Spray Coating, com uma fina camada de aço aplicado nas paredes do cilindro usando plasma, que ajuda na dissipação de calor e aumenta a taxa de compressão.

"O Captur, lançado no mercado brasileiro em 2017 e o primeiro modelo da Renault no Brasil a adotar o motor turbo TCe 1.3 flex em 2021, sofreu impactos pela falta de componentes e teve o seu ciclo de produção encerrado no Brasil.", disse a marca ano passado. No Brasil, em pouco mais de seis anos de mercado, o Captur vendeu 91.422 unidades e deve contar mais algumas unidades que devem ser liquidadas em estoque. Só neste ano, 10 unidades zero quilômetros foram emplacados. Depois das 8.306 unidades de 2021, ele seguiu minguando por conta do problema na produção com 2.967 unidades em 2022, 356 unidades em 2024 e as 10 unidades emplacadas até o mês passado. O substituto do Captur deve aparecer nos próximos anos, sendo um SUV médio de sete lugares, que usará a mesma mecânica que ele estreou aqui.



Fotos: Renault / divulgação

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