A novela da GM com demissão de funcionários em São José dos Campos (SP) desde 2023

General Motors traçou mudanças para São José dos Campos (SP) há mais de um ano e até demitiu funcionários por telegrama; greve e acordos apaziguaram o problema



A General Motors (GM) teve o interesse em trazer mudanças na sua fábrica de São José dos Campos (SP), responsável pela produção de S10 e TrailBlazer, em junho do ano passado. A partir daí, nasceu uma novela provocada pela própria GM e no modo como o grupo norte-americano agiu com seus funcionários até chegar uma resolução, o que aconteceu somente em julho deste ano. De acordo com as informações preliminares, tudo começou em 14 de junho de 2023, quando o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos negociava lay-off na fábrica com a GM.

A iniciativa, na época, afetaria cerca de 1.200 funcionários, segundo o sindicato. Se fosse aprovado, o lay-off faria com que a fábrica ficasse parada a partir do dia 3 de julho de 2023 e teria uma duração de 10 meses, suspendendo o segundo turno da produção. A GM confirmou que a medida seria para “ajustar a produção à atual demanda do mercado, de forma a garantir a sustentabilidade do negócio”, de acordo com o Automotive Business. Com uma fábrica de 3.900 funcionários, a fábrica de São José dos Campos estudou o lay-off com o sindicato, que era contrário à proposta.

"A General Motors lucrou muito no último período e não tem por que suspender o contrato dos trabalhadores, que acabam sendo prejudicados. O Sindicato intensificará a campanha em defesa dos empregos na GM de São José dos Campos", disse o Vice-Presidente do Sindicato, Valmir Mariano, em comunicado na época. Após meses sem novidades sobre o caso, em 3 de maio de 2024 surgiu a informação de que a GM teria demitido 50 funcionários por telegrama. Esses funcionários estavam de licença remunerada desde o final de 2023 e era um dos grupos que contavam com 140 funcionários afastados.

Esse acordo foi negociado entre o sindicato e a GM com a demissão de 1.244 funcionários entre as fábricas de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes (SP) com um Programa de Demissão Voluntária (PDV). Deste total, 696 funcionários aderiram ao PDV (70 deles em São José) e colocou 140 pessoas de licença remunerada. Para a Agência Auto Data, a GM confirmou que “os desligamentos fazem parte do processo de adequação do quadro de empregados anunciado em outubro de 2023, e firmado em acordo coletivo. O tema foi amplamente discutido, inclusive com a oferta de um plano de demissão voluntária. A medida foi necessária e permitirá que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade para o futuro”, em comunicado.

Em contrapartida, o sindicato se posicionou contrário às demissões, ainda mais da forma que foi. “O sindicato é contra qualquer demissão. Como a maioria aderiu ao PDV aberto em dezembro a GM já aplicou a reestruturação pretendida. Esses postos de trabalho que ela está fechando agora poderiam, sim, ser mantidos. As demissões vão na contramão do anúncio de investimentos feito recentemente pela montadora”, disse Weller Gonçalves, Presidente do Sindicato de São José dos Campos. Para a renovação de S10 e TrailBlazer, a GM tinha investido na unidade fabril com a nova reestilização da picape e do utilitário esportivo.



Alguns dias depois, em 23 de maio de 2024, os funcionários aceitaram a proposta de Participação de Lucros e Resultados (PLR), de R$ 17.200, foi apresentada aos 3.150 trabalhadores da unidade, enquanto os demais funcionários, que trabalham na produção de motores e transmissões, receberiam R$ 19.000 na PLR, valor aprovado em assembleia no dia 23/05. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região esperava que essa PLR fosse superior ao valor de R$ 18.000 pago aos funcionários em 2023. Com a primeira proposta recusada pelos trabalhadores, a GM ofereceu uma contraoferta de R$ 19.000.

Nesse caso, o pagamento da PLR foi de R$ 12.000 ainda em maio e outros R$ 9.000 em janeiro de 2025, disse o Auto Data. “A rejeição à primeira proposta patronal deixou claro que os trabalhadores não aceitariam propostas rebaixadas e que lutariam por uma PLR maior. Isso foi fundamental para chegarmos a essa conquista, que certamente será exemplo para toda a categoria”, disse o Vice-Presidente do Sindicato, Valmir Mariano. Nos últimos dias, os funcionários novamente entraram em desacordo com a GM, por conta da demissão dos 50 funcionários.

Demitidos oficialmente no dia 22 de julho, os funcionários pararam a fábrica no dia 26 de julho de 2024. Dos 50 funcionários, parte deles já eram aposentados e outros estavam afastados. O protesto foi contra os cortes nas linhas de produção de funcionários, onde a produção foi interrompida por duas horas. No dia 29/07, outra paralisação aconteceu na fábrica da S10 e do TrailBlazer. O protesto teve o mesmo motivo da paralisação anterior e durou cerca de 2 horas. A paralisação exigia a reintegração dos demitidos ou que fosse aberto um novo PDV.

Em contrapartida, a GM confirmou em comunicado que os 50 funcionários foram afastados por “fazer parte do plano de reestruturação da empresa e da estratégia de redução na massa salarial”. No dia seguinte, em 30 de julho de 2024, a GM e os funcionários entraram em um acordo para acertar a estabilidade de emprego dos funcionários por dois meses na fábrica, uma das exigências do sindicato, mas os 50 funcionários demitidos não foram reintegrados. Com isso, até 30 de setembro não haverá mudanças no quadro de funcionários da fábrica. Trégua, pelo menos, por enquanto na unidade fabril. 



Fotos: GM / divulgação

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