GM revela que BEVs vão conviver com motores a combustão e rebate 'concorrência híbrida'
General Motors defende uma transição para elétricos ao lado dos modelos a combustão e confirma que são estratégicos até aqui no Brasil
A General Motors (GM) confirmou que vai expandir sua linha
de automóveis elétricos nos próximos anos, com a chegada de produtos novos e
alguns mais acessíveis, como é o caso da nova geração do Chevrolet Bolt. No entanto,
todas as cinco marcas do grupo (Brightdrop, Buick, Cadillac, Chevrolet e GMC)
vão passar por esse processo de eletrificação, com exceção apenas da Brightdrop,
que já nasceu como uma marca de vans elétricas. Esse processo de eletrificação
da GM será prolongado até meados de 2035.
Isso vai garantir a coexistência de veículos movidos a
combustão (ICE) e veículos elétricos (BEV) pelos próximos anos, confirmou Gerald
Johnson, Vice-Presidente Executivo de Fabricação Global e Sustentabilidade da
GM, durante entrevista ao Automotive News Canadá. A estratégia é utilizar a
estrutura de produção de forma flexível à medida que ocorre a transição para os
elétricos. Hoje, a linha de elétricos da Chevrolet conta com modelos
duplicados, como é o caso de Blazer, Equinox e Silverado, que possuem suas
versões a combustão e as novas, elétricas. Nenhuma delas vai substituir a
outra.
Isso acontece também com a GMC Sierra, por exemplo. Recentemente, a GM confirmou investimento na chegada de novos produtos a combustão, que atualmente são mais rentáveis e ajudam os elétricos a existirem enquanto o grupo não alcança a lucratividade com eles. "Tenho certeza de que faremos mais fábricas de veículos totalmente elétricos, mas avaliamos cada fábrica com base em sua infraestrutura e no que ela pode suportar e no que podemos converter, [reformar] ou talvez até mesmo expandir um pouco para que possamos acomodar o que precisamos para a produção de veículos elétricos e para a produção de veículos de combustão interna", disse Johnson ao site canadense.
"No momento, acreditamos que temos a largura de banda certa para apoiar o equilíbrio. Não se trata de uma ciência perfeita. A previsão tem uma promessa: a de que estará errada. A questão é: você pode se ajustar à medida que isso acontece? Estamos tentando manter essa flexibilidade e essa largura de banda para podermos flexibilizar os EVs ou combustão à medida que avançamos, sabendo que a transformação ainda ocorrerá com o tempo.", adicionou o executivo confirmando que até mesmo as fábricas vão continuar operando nesse ritmo nos próximos anos.
E isso deve acontecer globalmente, ou seja, nós também vamos receber novidades importantes nos próximos anos. Sendo um dos maiores mercados para a GM, a América do Sul atualmente conta com fábricas no Brasil, Argentina e Colômbia. Aqui, a GM rebate a concorrência que quer apostar apenas em híbridos flex e destaca que elétricos conseguem ser 50% mais eficientes que qualquer veículo híbrido. “Apesar da notabilidade do papel do etanol, o Brasil não pode deixar de buscar alternativas mais eficientes, como o carro elétrico, o único que não emite gás carbônico ou poluentes por onde roda. Por isso nem escapamento tem”, destacou Elbi Kremer, Diretor de Engenharia e Planejamento de Produto da GM América do Sul.
“Pela perspectiva da convergência global e potencial futuro de exportação da indústria nacional é indiscutível que o EV é a melhor solução”, complementa Kremer. Aqui na região, a GM já confirmou que apostará também em elétricos, podendo até mesmo produzir futuramente. É possível que a GM mude sua estratégia com os veículos a combustão, que vão poder seguir em linha com a companhia de sistemas elétricos, como é o caso dos híbridos, que o grupo decidiu abandonar nos últimos anos e desde o fim do Chevrolet Volt. Isso seria benéfico para a GM não só aqui na América do Sul, mas também na América do Norte e Central, além da China e Europa, mercado que o grupo deseja retornar.
Fotos: Chevrolet / divulgação | Cadillac / divulgação | Buick / divulgação | GMC / divulgação
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