Aston Martin elétrico aparece em meados de 2026 com ajuda de Lucid e Mercedes-Benz

Aston Martin recebe investimento do Governo do Reino Unido em 9 milhões de libras para o plano de eletrificação; primeiro elétrico surge em meados de 2026 



A Aston Martin confirmou a chegada de um investimento de 9 milhões de libras esterlinas em investimento do Governo do Reino Unido para o plano estratégico de eletrificação da marca. O primeiro elétrico da marca inglesa pode aparecer no final de 2025, com lançamento previsto para meados de 2026. O financiamento do governo veio por meio do Advanced Propulsion Centre (APC), que vai ajudar a Aston Martin a desenvolver uma nova plataforma dedicada para uma gama de produtos elétricos, que tem dois produtos em mente.

O primeiro deles deve ser um novo utilitário esportivo e um GT apareceria em sequência. De acordo com o Programa de Pesquisa & Desenvolvimento da Aston Martin, esse investimento faz parte de um grande impulso para a marca, destacou Roberto Fedeli, Diretor de Tecnologia da Aston Martin. “Fornecer mais recursos para explorar as possibilidades de nossa plataforma BEV sob medida, ajudará a alcançar nossa ambição de ser líder interno em tecnologia BEV no segmento ultraluxuoso e de alto desempenho”, disse o executivo em entrevista ao Autocar. Ao que tudo indica, esse investimento fará com que a empresa possa garantir seu futuro com mais tranquilidade.

Ian Constance, Executivo-Chefe da APC, disse que “este último anúncio inclui um conjunto diversificado de OEMs e fornecedores que demonstram a força do setor automotivo do Reino Unido” que “continuará a levar o Reino Unido a cumprir sua ambição líquida zero”. Essa nova plataforma de carros elétricos será alimentada por tecnologias de motores e baterias fornecidos pela Lucid. Essa parceria entre as duas empresas surgiu de maneira excepcional para as aspirações elétricas da Aston Martin num processo de licitação competitivo do qual a norte-americana venceu.

A parceria prevê um investimento inicial de US$ 232 milhões e a Lucid passa a ter 3,7% da Aston Martin e o saldo do investimento deve ser usado em meados de 2026, quando mais 177 milhões de libras esterlinas pagas pela Aston Martin vão pagar os componentes com um gasto mínimo efetivo do que é faturado como um acordo de fornecimento de longo prazo. A Aston Martin ainda possui a parceria com a Mercedes-Benz, que poderá ajudar também a marca nesse processo de eletrificação, oferecendo a plataforma e a arquitetura elétrica.

Vale destacar que a Aston e a Lucid possuem o Fundo de Investimentos Sauditas como investidor. “Após nossa devida diligência, a Lucid exibiu a melhor tecnologia existente com o mais alto nível de potência e a menor altura de bateria”, disse Lawrence Stroll, Presidente da Aston Martin. “A meta da Aston Martin é construir os EVs de mais alto desempenho e nos encontramos [com a Lucid] com uma mentalidade semelhante e muito alinhada. Estamos orgulhosos de ser parceiros da Lucid”, disse Stroll.



Para o desenvolvimento de uma nova linha de elétricos, a Aston Martin deve usar os motores elétricos da Lucid, possivelmente os mesmos motores que hoje equipam o Air. O sedã Air possui a versão Sapphire com três motores que juntos entregam 1.200cv, ou seja, cada motor possui uma potência de cerca de 400cv. Cada motor da Lucid possui capacidade de entregar até 670cv em suas versões mais potentes, ou seja, com três deles, entregaria um esportivo de 2.010cv, com motores que pesam apenas 74kg cada.

Na Aston Martin, os esportivos vão contar com quatro motores, um para cada roda, ou seja, no mínimo, os esportivos vão oferecer mais de 1.500cv. “A Aston usará quatro motores, nós somos três. A Aston Martin está levando isso para o próximo nível.”, disse Peter Rawlinson, CEO e Diretor de Tecnologia da Lucid. Para os quatro motores, a marca contará com um eixo dianteiro de dois motores que será exclusividade da marca inglesa. Da Lucid, a Aston também receberá as células e módulos de bateria.

A bateria deve ser uma criada pela própria engenharia da Aston Martin e todos os componentes dela serão produzidos na fábrica da Lucid e exportados para o Reino Unido. Apesar de alguns componentes diferentes, é esperado "mudanças significativas de software. A principal diferença está na integração térmica e no layout da bateria. Será uma bateria de formato diferente com uma diferença de software”, disse Rawlison. O sistema de transmissão elétrico da Aston também deve funcionar em uma bancada de testes inicialmente e começa a bateria de testes em mulas a partir deste ano.

A plataforma dos futuros elétricos é uma “plataforma BEV totalmente flexível, modular em altura e distância entre eixos”, disse Fedeli. Essa primeira base deve ser usada até a próxima década, quando uma nova base substituirá a nova. Com essa nova plataforma, a Aston Martin terá capacidade de produzir um carro esportivo que é 2 centímetros mais baixo que o atual Vantage. “O mais importante é o mais baixo”, disse Fedeli, referindo-se à necessidade da Aston continuar a fabricar carros esportivos baixos, em favor de uma aerodinâmica que jogue a favor do projeto. 



Fotos: Aston Martin / divulgação

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