Stellantis pode deixar de produzir no Reino Unido por conta de acordos comerciais do Brexit
Stellantis cogita fechar fábricas no Reino Unido se ajustes do Brexit relacionados a acordos comerciais existentes não forem mantidos com União Europeia
A Stellantis teve que ir a público dizer que vai estudar a
sua permanência no Reino Unido com a produção de veículos para o mercado local
e principalmente para exportação. De acordo com o grupo ítalo-franco-americano,
a Stellantis pode ser mais um grupo a deixar de produzir no Reino Unido por
conta do Brexit. O alerta fez com que políticos e milhares de funcionários das
fábricas ficassem em alerta. A Stellantis pede pela manutenção que o acordo
comercial com a União Europeia seja mantido, a um estilo que o Brasil e México
possuem.
O acordo comercial não teria imposto de importação, nem de
produtos feitos na União Europeia e que chegam no Reino Unido e muito menos
daqueles produzidos no Reino Unido e exportados para os demais mercados da
Europa. Isso afetaria principalmente as multivans e vans de Opel/Vauxhall,
Citroën e Peugeot, que atualmente são produzidas em Luton e outra em Ellesmere
Port, ambas na Inglaterra. Por lá, são produzidos Opel/Vauxhall Combo e
Vivaro/Zafira, Citroën Berlingo e Jumpy/Spacetourer e Peugeot Partner/Rifter e Expert/Traveller,
além de modelos como Fiat Doblò e Scudo/Elysée e Toyota Pro Ace City e ProAce.
Sem esse acordo comercial, os modelos seriam exportados para
outros mercados europeus com imposto de importação. A Stellantis pede que o
prazo do acordo comercial seja estendido até meados de 2027, de acordo com
informações da Agência Reuters. “Se o custo de produção de veículos elétricos
no Reino Unido se tornar pouco competitivo e insustentável, as operações serão
encerradas”, disse Stellantis a um comitê da Câmara dos Comuns. Vale destacar
que o Reino Unido pode acabar tendo o mesmo destino da Oceania, em não ter mais
fábricas de veículos.
A saída do Brexit fez com que a região ficasse isolada e
dependente de novos acordos comerciais. Por lá, a MINI já confirmou que a nova
geração do Cooper será chinesa e a Nissan deve fechar a fábrica de Sunderland,
onde faz o nosso Leaf. Atualmente, a indústria automotiva do Reino Unido
emprega, diretamente, cerca de 800.000 funcionários, de acordo com informações
de Andy Palmer, ex-CEO da Aston Martin. No país, é possível apenas que marcas
de luxo continuem operando, mas com uma capacidade produtiva bem limitada – e com
poucos funcionários.
Fotos: Stellantis / divulgação
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