Lordstown pode estar próxima da falência a medida que impasse com Foxconn continua
Com sinais cada vez mais claros de falência, Lordstown ainda luta contra a Foxconn e alega cerca de 30 razões diferentes sobre as condutas da dona da fábrica
Virou uma novela. A Lordstown é uma marca que nasceu na
mesma cidade onde produz a picape Endurance, em Lordstown, estado de Ohio,
Estados Unidos. É nessa fábrica que a General Motors até alguns anos o
Chevrolet Cruze para os norte-americanos, mas desde o fim da produção do sedã e
hatch médio, a marca vendeu a unidade fabril para a Lordstown Motors, que queria
produzir uma picape na unidade. Para financiar o projeto da Endurance, a marca
vendeu a fábrica como a condição de produzi-la na fábrica.
É aí que entrou a Foxconn, de uma maneira mais reduzida para
essa explicação. Como nova dona, a Foxconn tinha que produzir a picape e ajudar
em seu desenvolvimento. Com o projeto finalizado, a produção começou, mas não
durou muito tempo. De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados
Unidos, a Lordstown confirmou que a Foxconn estaria tentando abandonar o
projeto. Eles alegaram que a marca estaria “violando o acordo de investimento
devido ao recebimento previamente divulgado de um aviso da Nasdaq”.
Com isso, decidiu rescindir o acordo. Em contrapartida, a
Lordstown confirmou que “acredita que as alegações de violação no aviso da
Foxconn não têm mérito”. Contra a sua parceria e atual dona da fábrica, a
empresa prosseguiu alegando que seu parceiro “não pode exercer direitos de
rescisão porque a Foxconn violou o acordo de investimento ao não usar os
esforços necessários para chegar a um acordo sobre o orçamento do programa EV e
os marcos do programa EV para facilitar o financiamento do investimento
adicional em ações preferenciais”.
A marca também afirma que possui direitos em vigor e com
contrato, alegando que a Foxconn está intencionalmente tentando rescindir o
contrato a qualquer custo e de maneira inválida. A empresa norte-americana
ainda destacou que a “a Foxconn se recusou a revogar seu aviso de rescisão
inválido e não confirmou se prosseguirá com o fechamento subsequente de ações
ordinárias ou qualquer fechamento de ações preferenciais”. A mesma acrescentou
que “nenhuma garantia pode ser dada” e eles poderiam ser “privados do
financiamento crítico necessário para as suas operações”.
Sem saber o que fazer no momento, a Lordstown declarou que “há
dúvidas substanciais quanto à nossa capacidade de continuar em atividade” e que
sua “capacidade de obter financiamento adicional é extremamente limitada nas
atuais condições de mercado”, o que pode levar a Lordstown a ser forçado a
“reduzir ou cessar as operações”. Toda essa história fez as ações da Lordstown
caírem 23% na bolsa de valores, de acordo com a Agência Reuters. Se sentindo
lesada pela empresa taiwanesa, a norte-americana citou 30 motivos diferentes pelas
quais duvida da índole da dona da fábrica.
Embora a produção continue em marcha lenta, a Lordstown cita
que, “devido aos atrasos na produção do início de janeiro a meados de abril de
2023, à falta de identificação de um parceiro estratégico para o Endurance e à
[nossa] capacidade extremamente limitada de levantar capital no atual ambiente
de mercado, prevemos a produção do Endurance cessará em um futuro próximo.”,
disse a marca em comunicado. Para se manter viva, a marca da picape disse que
precisa de um “financiamento adicional significativo para executar o nosso
plano de negócios” e está à procura de parceiros estratégicos, incluindo outras
montadoras, mas quase sem esperança.
Fotos: Lordstown / divulgação
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