Stellantis apoia a volta dos 'carros populares', mas sem definição de como aconteceria
Stellantis parece estar interessada em proposta do governo para criar um novo plano de carro popular, mas a pergunta é: isso ainda é possível nos dias de hoje?
Recentemente, tivemos em nosso mercado uma aposta de redução
nos impostos para carros de até R$ 120.000 em nosso mercado como uma forma de
promover a indústria. No entanto, para a Stellantis, isso pode ir além. De
acordo com informações ditas por Antonio Filosa, CEO da Stellantis na América
Latina, confirmou que estaria interessado que o Governo Federal pleiteasse um
plano de carro popular no Brasil, algo que já aconteceu na década de 1990,
quando os motores 1.0 se tornaram populares.
Filosa desejaria que esse novo plano de carro popular
trouxesse um regime tributário especial, garantindo alíquotas menores para
segurar o preço mais baixo, além de uma maior oferta de crédito para a compra
destes veículos e exigência específicas de segurança e tecnologia para evitar
que os carros tenham um alto conteúdo obrigatório que encarece o carro. O problema
é que o consumidor hoje não busca mais por carros ditos ‘pelados’. Não estamos
mais nos anos 1990, seria bom para refletir. Filosa destaca que esses carros
populares não poderiam ser considerados a partir do motor.
“Especificar como modelos com propulsão 1.0 já não faz mais
sentido porque esses motores ganham recursos como injeção direta de
combustível, turbocompressores, e deixam de ser opção de baixo custo”, disse ao
Automotive Business. "Sem dúvida, somos favoráveis. O que é preciso é que
o carro de entrada volte a ser popular. Estamos em uma época muito diferente do
tempo de Uno Mille e da volta do Fusca (ambos em meados dos anos 90). É um
cenário bem mais complexo, mas acho que dá para trabalhar com a criatividade
para gerar empregos e trazer o cliente de volta", declarou José Andreta
Jr., Presidente da Fenabrave para o Automotive Business.
A proposta seria criar produtos com preços entre R$ 50.000 a
R$ 60.000, que poderiam ser abastecidos rodando apenas com etanol, por exemplo.
Segundo Eduardo Sodré, do jornal Folha de São Paulo, esse assunto estaria em
debate dentro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
(MDIC). Essa proposta agrada concessionários e fabricantes, por ser uma forma
de aumentar a produção e volume de vendas. Além de promover os veículos ditos
populares, o Brasil também apostaria em carros com menor emissão de poluentes.
Ainda assim, precisaria contar com um maior acesso ao
crédito, visto que hoje existe uma alta taxa de juros. “Um carro popular
precisa ser o mais barato possível. Então obviamente será menor e mais simples.
Não posso colocar 14 airbags, como há em alguns carros da Stellantis. Será
muito seguro, mas não será popular. Se obrigam a fabricante a equipar o carro
popular com uma série de equipamentos de segurança ativa e passiva, eles deixam
de ser populares. Seria necessário selecionar o conteúdo nesses carros. É
possível baratear um Mobi? Hoje eu perderia dinheiro fazendo isso”, concluiu
Filosa.
Fotos: Fiat e Citroën / divulgação
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