VAG confirma que elétricos e carros com combustíveis sintéticos podem coexistir
CEO da VAG confirma que vai trabalhar em motores sintéticos, mas o foco será em trazer modelos elétricos, dizendo que os elétricos são o futuro da marca
A Volkswagen AG (VAG) confirmou não vai alterar seus
investimentos de carros elétricos, por mais que os carros com combustíveis sintéticos
possam ser criados. O grupo ainda confirmou que não vai abandonar os carros
elétricos e confirmou que, na verdade, os elétricos são o futuro. Os carros
abastecidos com combustíveis sintéticos são apenas uma maneira de prolongar um
pouco a vida útil dos motores a combustão. Hoje, apenas a Porsche aposta nessa
possibilidade, ou seja, dentro da VAG, poucos carros serão abastecidos com este
combustível.
Por meio de Oliver Blume, CEO da VAG, confirmou que os
interesses do grupo em desenvolver carros elétricos não tem nada a ver com a aposta
em criar combustíveis sintéticos. Segundo Blume, existe “um debate altamente
emocional” e acredita que “o aumento da mobilidade elétrica e dos combustíveis
eletrónicos não se justapõem de forma alguma. Quando olhamos para os números da
Porsche, temos um compromisso claro em levar ainda mais longe a mobilidade
elétrica. Será a mobilidade do futuro. A mobilidade elétrica num futuro próximo
será superior a todos os ICEs disponíveis no mercado, então esse é o fim da
discussão.”, disse ao Autocar.
Blume ainda confirmou que o interesse em desenvolver
combustíveis sintéticos será impulsionado em mercados fora da Europa. “Se
olharmos para a proteção climática como um todo – e isto não é apenas uma
questão que diz respeito apenas aos europeus, é um assunto mundial – temos de
pensar no que acontecerá com os 1,3 mil milhões de MCI que estão atualmente
disponíveis no mercado, e esse número continuará a crescer. Eles ainda serão
conduzidos por décadas. Em navios e aviões, ainda não desenvolvemos uma
solução, e aqui os e-combustíveis sintéticos oferecem uma alternativa viável
para reduzir rapidamente as emissões de CO2. A vantagem é que podem ser
misturados com combustíveis tradicionais, e cada ponto percentual é útil neste
contexto.”, destaca.
“É por isso que é ainda mais importante apresentar
estratégias de eletrificação claras e cumprir as condições de enquadramento
necessárias. Precisamos lançar produtos atraentes no mercado. Temos de oferecer
fontes sustentáveis de energia em diferentes regiões do mundo, incluindo
aquelas que se movem um pouco mais lentamente, como a América do Sul, a África
e a Índia. Aqui tudo demorará muito mais tempo do que na Europa. E é por isso
que novas soluções precisam ser encontradas.”, adiciona.
“Temos que fazer as duas coisas simultaneamente, mas separar
os dois mercados na discussão, porque não estamos competindo entre si. Você
sabe, você pode aumentar a mobilidade elétrica em algumas regiões e também
cuidar das regiões que contribuem para as mudanças climáticas. Alguns
combustíveis são mais ineficientes que outros, isso não é segredo. Mas se os
produzirmos nas regiões do mundo onde a energia sustentável está disponível sem
quaisquer limites, então este argumento não pode continuar a ser utilizado.”,
finaliza.
Apesar dos elétricos responderem por 80%, ele acredita que
esse tipo de motor responda por 20% das vendas até 2030. Para os próximos anos,
Macan 718 e Cayenne vão ganhar uma nova geração, nascendo como modelos
puramente elétricos e com uma plataforma exclusiva. É possível que os
combustíveis sintéticos sejam usados para consumidores do 911, que será o
último a ganhar uma geração elétrica.
Fotos: Volkswagen / divulgação | Porsche / divulgação
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