Stellantis volta a desenvolver motor puramente a etanol e híbrido; grupo apostará em elétricos

Stellantis confirma que vai apostar na descarbonização dos seus veículos no Brasil, aderindo o sistema híbrido-leve (MHEV) e em formas mais incisivas de eletrificação



A Stellantis confirmou que vai apostar em diferentes formas de descarbonização dos mercados onde atua. O grupo ítalo-franco-americano confirmou que enquanto vai apostar 100% no elétrico na Europa, pode tomar medidas diferentes em outros mercados. Na visão do grupo, todo mundo será 100% elétrico até meados de 2035 ou apostar diretamente em combustíveis sintéticos. Em nosso mercado, o grupo já bateu no martelo que a melhor solução seria um híbrido movido a etanol, mas que esse sistema não substitui o elétrico no longo prazo, ainda mais em nosso mercado.

Isso porque a fonte de energia no Brasil é muito mais renovável que na Europa. Um carro elétrico na Europa é mais poluente que um híbrido a etanol no Brasil, mas muito por conta da matriz de energia da Europa, que é mais suja. De acordo com estudos da Bosch, um híbrido a etanol emite 25,79kg de CO2 por quilômetro, enquanto um elétrico em nosso mercado emite 21,45kg de CO2 por quilômetro. Na Europa, um híbrido a gasolina emite 60,64kg e um elétrico 30,41kg. Isso se deve ao Brasil usar muito hidrelétricas como matriz de energia, assim como energia eólica e solar.

Para atender o Brasil, a Stellantis criou a plataforma Bio-Electro, que vai acelerar esse processo de eletrificação em nosso mercado. Como a marca fala em híbrido, muito possivelmente o grupo esteja falando de um motor híbrido (HEV) ou um híbrido plug-in (PHEV), enquanto o sistema híbrido-leve de 48V (MHEV) será a primeira aposta, além de ser a mais acessível para os modelos atuais. Apesar de ver o etanol como uma proposta para o momento, o grupo já confirmou que isso é para o momento – não será uma medida definitiva. Para isso, dá-se ao entender que aqui também toda a linha será elétrica, mas em algumas décadas.



Aqui, a Stellantis confirmou que vai apostar na localização do desenvolvimento e produção de componentes, com incentivo dos seus fornecedores a produzirem componentes para carros eletrificados, além de promover conectividade, segurança veicular e digitalização. Outro ponto levantado é a descentralização da indústria em todas as regiões do país e na descarbonização combinando etanol e eletrificação. Até 2030, o grupo espera reduzir as emissões de poluentes em nosso mercado em 50% e espera que os elétricos respondam por 20% das vendas em 2030. Com isso, deixa sinalizado que vai ter elétricos nacionais ainda nesta década, possivelmente dando as duas opções de motor: híbrido e elétrico.

“A Stellantis ampliou a participação de mercado de 13% para 24% na América do Sul nos últimos anos. Temos escala para investir em uma solução de propulsão de baixo carbono para o Brasil. A Stellantis não vai importar kits de motor elétrico para montar no Brasil como alguns concorrentes estão fazendo. Nosso objetivo é sempre localizar a produção, desenvolver fornecedores e gerar PIB localmente. Nós podemos justificar o porquê apostamos na eletrificação do etanol como caminho para a descarbonização. Essa rota tecnológica vai nos garantir eficiência industrial, localização da produção de componentes, fortalecer a engenharia local e gerar PIB para o Brasil. Precisamos ver se quem defende apenas o carro elétrico sabe explicar o motivo”, disse Antonio Filosa, CEO da Stellantis para a América Latina.

“É apenas um pouco a mais do que o resultado com etanol. Temos uma frota de 10 milhões de carros em circulação no Brasil cujos proprietários usam etanol como primeira escolha. Nenhum outro país conta com um recurso tão imediato para reduzir emissões” destaca Filosa ao Automotive Business. Mais detalhes desse plano deve ser revelados dentro de alguns meses e muito provavelmente os primeiros modelos eletrificados já devem aparecer num futuro breve. A conferir.



Fotos: Fiat / divulgação | Citroën / divulgação | Jeep / divulgação

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