Fornecedora de alumínio da Ford é acusada de poluição na Amazônia, em Barcarena (PA)
Mineradora brasileira, responsável por enviar alumínio para a produção da Ford F-150 Lightning, é acusada de poluição em Barcarena (PA), próximo da Amazônia
Chamada de Chernobyl na Amazônia brasileira, a cidade de
Barcarena (PA) vem sofrendo com o parque industrial que possui ao sul da cidade.
Instalada na década de 1990, a refinaria da Hydro Alunorte vem sendo acusada pela população por contribuir com a poluição de lixo tóxico que estão contaminando o abastecimento de água da
região. O processo levantado por cerca de 11.000 habitantes alega que a refinaria,
a maior de alumínio do mundo fora da China, estaria liberando vestígios de
alumínio e outros metais no meio ambiente, especialmente nas águas.
Isso tem motivado que várias pessoas sofram com doenças como
câncer e defeitos congênitos. Pertencente a norueguesa Norsk Hydro, a empresa é
fornecedora da Ford, que produz a F-150 Lightning com os componentes minerados
no Brasil. O alumínio é enviado para a Pensilvânia e uma fundição no Canadá,
onde, a partir daí, é enviado para as fábricas que produzem a picape,
especialmente o modelo elétrico, feito em Dearborn, Michigan, Estados Unidos.
Só a Lightning possui 309kg, cada unidade, em alumínio.
De acordo com a Agência Bloomberg, que fez uma reportagem
especial sobre o caso, a bauxita é coletada em Barcarena e depois é enviada
para o Porto Trombetas, próximo a Santarém (PA). De acordo com informações da
reportagem, o alumínio no meio ambiente tem feito que a população tenha um
nível de chumbo no sangue que é dez vezes acima do tolerável, o que já estaria
em uma contaminação crônica. A população da cidade confirmou que os afluentes, antes
cristalinos, agora estão com aspecto barrento, com uma água de tom alaranjado.
De acordo com informações extras, o alumínio exportado a partir do
Pará é usado em vários produtos, não sendo exclusivo da Ford com a F-150
Lightning, por exemplo. “É assim que óxido de alumínio com origem na Amazônia
vira o metal usado por montadoras norte-americanas, assim como fabricantes de
latas, aviões e materiais de construção”, destacou o texto da agência de notícias. Em contrapartida, a
Ford confirmou que vai estudar o caso e que pode acabar deixando de usar os
materiais extraídos da região amazônica.
“A Ford está comprometida com uma cadeia de suprimentos que
excede os requisitos mínimos de conformidade regulatória e respeita os direitos
humanos, incluindo o direito ao ar e à água limpos”, disse um porta-voz da
montadora à Bloomberg quando procurado. Atualmente, a F-150 Lightning conta com
duas opções de motor, sendo uma de 468cv e 107,2kgfm, é possível que ela
acelere de 0 a 100km/h em 4,1 segundos, na versão Pro. As demais versões,
equipadas com motor elétrico de 588cv e 107,2kgfm, permitem que a picape
acelere de 0 a 100km/h em menos de 4 segundos.
Fotos: Ford / divulgação
Comentários
Postar um comentário