Renault criará divisão Ampere especificamente para desenvolvimento de elétricos em 2023
Renault Group cria empresa dedicada para seus carros elétricos no processo de separação das divisões de carros a combustão e elétricos, como fez a Ford
A Renault Group criou um subdivisão dentro do seu grupo,
chamada de Ampere. A nova divisão vai trabalhar dedicada para a criação de
novos elétricos e deve funcionar a parte do desenvolvimento de carros a
combustão do grupo – mas ainda assim se trata da mesma Renault. A criação da
Ampere faz parte do RENAULuTion, plano da marca francesa de reestruturação e
investimentos dedicados para veículos elétricos, que começa a ser posto em
prática.
De acordo com a Renault Group, a divisão Ampere será "o
primeiro player puro de EV e software nascido de uma disrupção de OEM".
Apesar de ainda não ter concluído o processo, o que deve acontecer apenas no
segundo semestre de 2023, a Ampere planeja lançar sua participação na bolsa de
valores de Paris como uma empresa diferente, mas ainda assim parte da Renault.
A Ampere deve atender as demandas de empresas como a própria Renault, mas
também Alpine e Dacia.
A empresa terá cerca de 10.000 funcionários e cerca de 3.500
engenheiros, sendo a metade especialista em software. A meta é oferecer “o
melhor dos dois mundos: know-how e ativos do Grupo Renault com o foco e a
agilidade de um EV pure player”, disse a marca ao Autocar. Até meados de 2030, a divisão Ampere espera já
ter ajudado no desenvolvimento de seis carros elétricos para estas marcas,
cobrindo 80% do lucro dos EVs. Até o momento, a Renault apresentou o Mégane
E-Tech Electric, mas outros modelos estão na fila.
Renault 5, Renault 4 e Scénic esperam por novas gerações elétricas e vão contar com o apoio e desenvolvimento da divisão Ampere. Até meados de 2031, a divisão Ampere já espera ter vendido 1 milhão de carros com tecnologias desenvolvidas por ela. A divisão ainda contará com três pilares que vão fazer a nova empresa única. A primeira delas é o novo Centro de Produção ElectriCity, no norte da França, que terá capacidade de produzir um elétrico em menos de 10 horas a partir de 2025 e ter 80% dos seus fornecedores em um raio de 320km.
O segundo pilar é a criação de uma rede de empresas parceiras que reforçará a sustentabilidade de processos de produção e aumentará o controle dos lucros. A Ampere ainda quer administrar a produção de baterias para elétricos, tendo uma capacidade de produção de 80GWh ao ano até 2030. Por fim, o terceiro pilar será o uso da tecnologia por software, com objetivo de produzir carros que sejam atualizáveis e possam interagir com seus proprietários.
Em meados de 2026, a Renault vai lançar o primeiro SDV, desenvolvido em parceria com a Qualcomm Technologies, usando plataforma de nuvem da Google. A parceria com gigantes da tecnologia estabelecidos reduzirá custos, acelerará os tempos de desenvolvimento, aumentará a flexibilidade e "aumentará o valor para os usuários finais", destacou a Renault. A Ampere ainda espera ter caixa positivo já em 2025 e a nova empresa pode ter apoio da aliança com Nissan e Mitsubishi, que vão poder usufruir das tecnologias criadas pela empresa.
A Ampere também quer liderar os projetos de carros elétricos pela divisão Horse Project, em joint-venture com a Geely. A nova empresa criada pelas empresas vão desenvolver motores a combustão que vão ajudar as marcas em alguns mercados, além de ser um alívio para a Dacia. Os motores criados serão usados em carros da Nissan e Volvo, por exemplo. O Horse Project ainda vai permitir criar motores para 130 países e tem capacidade de produzir motores em 17 fábricas em todo mundo. Esses motores devem ser usados em mercados como América Latina, Índia, Coréia do Sul e Norte da África.
Fotos: Renault / divulgação
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