Joint-venture entre Stellantis e GAC na verdade estava a beira da falência no mercado chinês
Stellantis revela informações que sua joint-venture com a GAC não era lucrativa e estava a beira da falência na China, que motivou a encerrar parceira
A Stellantis confirmou mais informações sobre a sua
joint-venture na China que acabou sendo encerrada com a GAC. A China teve, por
muito tempo, uma abertura ao seu mercado para marcas ocidentais a partir de um
sistema de joint-venture, ou seja: uma marca ocidental não poderia chegar na
China operando sozinha, ela obrigatoriamente teria que fazer parceria com
alguma empresa local.
Isso fez a Jeep chegar ao mercado com uma parceria com a
GAC. Com isso, as empresas compartilham linhas de produção em um sistema onde a
fábrica a compartilhada – assim como os conhecimentos que as marcas ocidentais
possuem em sua fabricação. Recentemente, a Stellantis confirmou que a Jeep
sairia da China em termos de produzir veículos, mas continuaria a vender seus
carros por lá, por meio de importação (algo que aconteceu com a Ford no Brasil,
por exemplo).
No caso da Jeep na China, a norte-americana destaca que a
parceria com a GAC faliu. Ou estava prestes a falir, por não ser lucrativa
(sendo esse apenas um dos problemas, claro). A Jeep foi uma das primeiras
marcas ocidentais que chegou na China. Stellantis e GAC anunciaram recentemente
que “aprovaram uma resolução autorizando a Joint-Venture a declarar falência,
em um contexto deficitário”, onde a Stellantis destaca que “prejudicou
totalmente o valor de seu investimento”.
Ao mesmo tempo, a marca confirmou que “continuará a fornecer
serviços de qualidade aos clientes existentes e futuros da marca Jeep na China”,
ou seja, isso não afeta as operações da marca no país asiático e a mesma ainda
não sairá nem de lá e nem de nenhum mercado. A marca chegou ao país em 1984,
mas firmou parceria com a GAC em 2010. Com a empresa chinesa, a norte-americana
produzia em parceria os modelos Renegade, Compass, Cherokee e Grand Commander
(este não tem nada a ver com o nosso Commander).
De acordo com Bill Russo, ex-Executivo da Chrysler, em
entrevista ao Automotive News, disse que a Jeep “tinha todo o direito de ser
bem-sucedida em um mercado que abraçava veículos utilitários esportivos” e
culpou o “modelo de negócios dos anos 80” como o motivo do fracasso. Só recentemente
que a China extinguiu a obrigatoriedade de joint-ventures no país, desde 2018,
depois de 24 anos neste sistema.
Fotos: Jeep / divulgação
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