Apesar de deixar de produzir no Brasil, a Ford manteve o seu
Centro de Desenvolvimento e Tecnologia da Ford na Bahia, considerado um dos
mais avançados do mundo. Esse centro recentemente teve um incremento de cerca
de 500 funcionários para trabalhar em diversas áreas e vai fazer com que a
operação brasileira ajude no desenvolvimento de modelos elétricos da Ford e até
mesmo em carros da Lincoln. Contando com cerca de 1.500 funcionários, o centro
vai passar a atuar em projetos de ponta para o futuro da mobilidade, com
elétricos, autônomos e conectados. “A inovação contínua é o diferencial entre
as empresas que vão crescer e as que vão desaparecer neste mundo em constante
mudança. Isso nos leva a outro grande desafio: a demanda cada vez maior por
engenheiros e especialistas. Vimos nesse cenário a oportunidade de ampliar
nossa atuação com a exportação de serviços de engenharia para os principais
mercados da Ford no mundo, aproveitando a criatividade, versatilidade e a
sólida experiência em custos dos nossos profissionais. O capital humano é a
chave para um futuro promissor; por isso, todo centro de desenvolvimento,
pesquisa e inovação de sucesso também necessita ter, dentre suas atividades
principais, a atração, geração e retenção de talentos”, disse Daniel Justo, Presidente
da Ford América do Sul. Um dos nove que a Ford tem no mundo, o centro é um dos
maiores e um dos mais completos do hemisfério sul. “Hoje, nosso Centro de Desenvolvimento
opera como uma unidade de negócio autossustentável, com uma expectativa de
receita de R$ 500 milhões este ano para a Ford no Brasil. Isso mostra que a
engenharia brasileira é extremamente competitiva e que vale a pena investir em
pesquisa, desenvolvimento e inovação em nosso país.”, complementa Justo. Com
mais de 20 anos, o centro baiano possui uma estrutura bastante moderna em
Camaçari (BA) e tem ainda um hub em Salvador (BA), mantendo também o Centro de
Desenvolvimento e Testes em Tatuí, São Paulo; e uma estrutura em Pacheco, na
Argentina, que tem como foco a melhoria contínua da qualidade da Ranger.
Com uma estrutura de 6.000m² em Camaçari, a Ford conta com seis prédios que abrigam o estúdio de design, laboratórios de realidade virtual e de Teardown – que realiza a desmontagem e análise de componentes –, escritórios e o D-Ford, nova área que funciona como uma startup com foco em inovação, realizando pesquisas para antecipar as necessidades dos consumidores anos antes de os veículos chegarem às ruas. “A capacidade de desenvolver projetos extremamente complexos do início ao fim é uma vantagem competitiva que tornou o Centro de Desenvolvimento brasileiro uma referência na Ford mundial”, destaca André Oliveira, diretor de Engenharia da Ford América do Sul. De acordo com a Ford, o Centro de Desenvolvimento e Tecnologia da Ford Brasil vai ajudar no desenvolvimento da nova linguagem de design dos carros da Ford e da Lincoln, além de passar por um aprimoramento de um terço das funcionalidades embarcadas nos veículos Ford ao redor do mundo, a exemplo do “One Pedal Drive” do Mustang Mach-E – que permite dirigir usando apenas o acelerador, sem acionar o pedal do freio – e da “Zone Lighting”, que controla as luzes externas da F-150, inclusive da Lightning, sua versão elétrica. No desenvolvimento dos veículos autônomos, o conhecimento brasileiro é aplicado na adequação da carroceria para o posicionamento de sensores, radares e câmeras e para a padronização da sua instalação, bem como no projeto de seus sistemas de limpeza. E no campo de veículos conectados e desenvolvimento de software, merecem destaque os recentes projetos criados para o mercado brasileiro em conjunto com o time de Tecnologia da Informação, incluindo as novas funcionalidades conectadas da Transit, como a assistência técnica em conferência, o acompanhamento preventivo inteligente e os relatórios de indicadores para o negócio.
A Ford Brasil também investe em pesquisa, outra área essencial para o avanço da tecnologia e inovação, que já obteve o registro de mais de 70 patentes globais. Em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), da Bahia, a companhia possui um ecossistema de pesquisadores com mais de 200 profissionais distribuídos em 17 estados brasileiros que atuam em 120 projetos, a maioria voltada à conectividade, inteligência artificial e big data. “A base de tudo que fazemos e do que está por vir no futuro da mobilidade é a pesquisa, seja de novos produtos, materiais ou mesmo de utilizações. A pesquisa é necessária para qualquer empresa ou país que queira se sobressair. Nesse ambiente de inovação surgem grandes ideias, muitas delas, inclusive, dão origem a patentes dado o seu grau de originalidade”, reforça André Oliveira. Uma delas é o uso de grafeno, material extremamente versátil, resistente, fino e flexível, que também é um dos melhores condutores do mundo e abundante no Brasil. Em parceria com a Universidade Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, a Ford criou uma célula de pesquisa dedicada ao tema, unindo conhecimento acadêmico e prático. “Nosso time faz estudos e testes usando grafeno combinado a vários materiais, como borracha, para deixá-los mais duráveis e resistentes. Existem outros projetos inclusive para aplicação em carros elétricos, uma vez que o grafeno possibilita a redução do peso de componentes, o que, por consequência, leva a um aumento da vida útil das baterias. A importância de termos um Centro de Desenvolvimento no Brasil também reside nos estudos de recursos e minerais que nosso país tem em grande quantidade, explorando todas as suas propriedades e potencialidades”, explica André Oliveira.
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