Do pó viestes e ao pós retornas. Essa poderia ser a frase da
Borgward, marca clássica da Alemanha que retornou ao mercado oficialmente em
2015, com investimento chinês. A empreitada de ser uma marca alemã clássica, falida
em 1961, com capital chinês, teria tudo para dar certo. Mas, assim como
aconteceu na primeira vez, com a Segunda Guerra Mundial, que prejudicou
bastante o caixa da Borgward, a pandemia assombrou a marca sino-germânica. A
marca retornou oficialmente em 2014, quando surgiu o anúncio da compra da
Foton, mas o retorno só acontece mesmo quando apresentou o conceito do seu
carro, um utilitário esportivo, que em ainda em 2015 daria vida ao BX7. Com
investimento da Foton, até surgiu rumores de que a marca chegaria ao Brasil e
na Argentina. Também nessa época, a Foton cotava erguer uma fábrica em Guaíba
(RS), onde surgiu rumores de que a chinesa poderia trazer a empresa ao Brasil e
com produção local, junto aos seus caminhões. Em 2019, a Foton vendeu quase
todas as suas ações para a Ucar. Desde o retorno da Borgward, a empresa sempre
operou no vermelho. Isso provocou uma grande perda para a Foton no equivalente
a 211 milhões de euros nos primeiros oito meses de 2018, elevando os prejuízos
em 357 milhões de euros. Diante disso, a marca decidiu vender a Borgward à
Ucar, empresa de aluguel de carros, que adquiriu 67% das ações pelo equivalente
a 524 milhões de euros. A marca apresentou quatro modelos desde que retornou,
todos sendo utilitários esportivos.
O BX7 marcou o retorno, em 2015, depois apareceu o BX5 em 2016 e o BX6, um SUV médio cupê, apareceu em 2018. Ainda em 2018, a Borgward apresentou a versão elétrica do BX7, o BXi7. Em 2019 apareceu o SUV compacto chamado BX3, o menor dos modelos da marca, um SUV compacto, que nascia com a proposta de concorrer em um dos maiores segmentos do mundo, atualmente. Desde 2020 que o futuro da marca era incerto. Na Alemanha, a marca teria vendido apenas 100 carros em 2019. A Borgward só teve a unidade de Pequim, na China, mas a Borgward tinha planos de construir uma unidade e Bremem, na Alemanha, o que não se concretizou. Para 2020, a alemã tinha planos de vender 800 mil unidades de carros globalmente. Um dos maiores problemas é que a Borgward queria concorrer com Audi, BMW e Mercedes-Benz. Apesar de bem construídos, os carros não traziam nada de novidade aos consumidores, que preferiam ter um modelo de uma marca mais sólida no mercado. Com a Ucar, as vendas até cresceram, mas isso só aconteceu porque a própria empresa passou a usar os carros como modelos das frotas. Com isso, as vendas foram de 45 mil unidades em 2019, mas caiu para 8,7 mil unidades em 2020 e 3,5 mil unidades em 2021. Sem investimentos sobre a nova dona, a marca perdeu ainda mais espaço ao ser ‘esquecida no churrasco’. Além da China, a Borgward operou em mercados como a Alemanha, Luxemburgo, Bélgica, Peru, Bolívia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã. Destes, foi bem apenas no Peru, Bolívia e Emirados Árabes. Deste junho do ano passado que a marca já estava à beira do
colapso financeiro, mas conseguiu evitar. Em outubro do mesmo ano, os credores
quiseram prender os ativos da marca a fim de pagar as dívidas. Afundada em dívidas, a empresa pediu concordata.
Fonte: Auto Motor und Sport
Será tudo treta? Quando foi decretada a falência?
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