A BMW confirmou que já trabalha aqui no Brasil para ter um
centro de reciclagem de baterias para seus carros elétricos. O projeto será realizado
em parceria com a BMW, a Tupy e o Senai Paraná firmaram uma parceria inédita.
Cada uma dos três terá conhecimentos específicos para os estudos, cada um
dentro da sua área de atuação. A Tupy, dentro da frente da Tupy Tech, tem
dedicado seu conhecimento em materiais, metalurgia e processamento de
geometrias complexas ao desenvolvimento de tecnologias que contribuam com a
jornada de descarbonização dos clientes. Com isso, a empresa espera trabalhar
com a reciclagem das baterias por hidrometalurgia, um processo que é mais
sustentável que a tradicional pirometalurgia, mais utilizada atualmente. A
hidrometalurgia envolve uma quantidade menor de emissão de gases de efeito e
menor necessidade de extração de minerais pelos meios tradicionais de
mineração. Já o Senai Paraná vai ser o responsável por executor do projeto de
pesquisa e responsável pelas atividades e respectivas entregas dos resultados
da pesquisa, que será realizada no Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica
(ISI-EQ), em Curitiba (PR). Já a BMW, líder e autor do projeto e pioneiro na
eletromobilidade mundial, fornecerá seu conhecimento técnico e as baterias do
veículo elétrico BMW i3 para o desenvolvimento do processo de reciclagem por
hidrometalurgia. Alinhada com sua estratégia mundial de sustentabilidade e
economia circular, a ressíntese dos materiais reciclados, para produção de
novas células de baterias a partir do material reciclado, também é uma das
entregas mapeadas junto ao ISI-EQ.
“O BMW Group tem uma como premissa garantir o futuro sustentável da mobilidade. Estamos desenvolvendo diversos estudos e projetos para o segundo uso da bateria dos veículos elétricos, como o desenvolvimento de estação de recarga para veículos elétricos totalmente desconectados da rede de energia. Essa nova parceria com a Tupy e com o Senai é um passo adiante, pois, no futuro, poderá viabilizar a produção de novas baterias com reduzida extração de matérias primas do meio ambiente”, completa Vivaldo Chaves, Diretor de Sustentabilidade e Infraestrutura do BMW Group Brasil. A BMW confirmou que o projeto vai contar com o investimento de R$ 3,4 milhões, com uma nova rota para uso de minerais reciclados na fabricação de baterias novas, o que diminuirá sensivelmente a dependência da matéria-prima mineral primária. Com duração de 24 meses, a intenção é que os primeiros resultados sejam avaliados ainda neste ano. O objetivo é a ressíntese do material ativo do cátodo de uma bateria, com material 100% reciclado. Serão obtidos parâmetros de eficiência de todo o processo, da pureza dos materiais reciclados, do índice econômico e do índice ambiental. “Os compostos químicos são raros na natureza e sua reutilização representa um grande desafio científico e tecnológico para toda sociedade. Essa aliança da Tupy com o BMW Group Brasil e o Senai está alinhada à inúmeras iniciativas mundiais relacionadas à cadeia de valor dos veículos elétricos e, principalmente, à jornada de descarbonização, à qual temos dedicado diversas frentes de pesquisa”, diz Fernando Cestari de Rizzo, CEO da Tupy. “Para o setor automotivo, o desenvolvimento do projeto, visando a reciclagem das baterias de lítio e ressíntese do material ativo do cátodo, permitirá às empresas obterem uma tecnologia 100% nacional. A reciclagem e a ressíntese do material para ser reutilizado na fabricação de novas baterias para veículos elétricos é a grande inovação desse projeto e está alinhada com a visão da economia circular de veículos elétricos”, destaca Marcos Berton e Heverson Renan, pesquisadores do Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica.
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