CAuto #77: Volkswagen emplaca nome Polo em sua terceira tentativa no Brasil
O nome “Polo” é bastante conhecido do consumidor brasileiro.
Assim como na Europa, ele ficou associado à imagem de um Golf mais compacto,
com alguma semelhança no seu design e na sua segurança. Aqui, o nome voltou à
cena em 2017 e em 2018 voltou a ter uma família com a chegada do seu sedã, que
foi rebatizado de um simplório adjunto “Sedan” para ser conhecido como o
independente Virtus. E apenas nessa terceira tentativa que a Volkswagen
conseguiu emplacar o nome Polo no mercado brasileiro. Voltamos no tempo. Em dezembro
de 1996, a Volkswagen lançava no Brasil o Polo Classic, um sedã que era
importado da Argentina. O sedã chegava num momento onde a Volkswagen havia
tirado de linha Voyage e Logus de linha. Tudo se encaminhava para substituir e
representar os dois modelos no nosso mercado, mas o fato é que o Polo Classic
nunca empolgou. Apesar de ser competitivo, modelos como Ford Escort Sedan (na
época, mais potente) e alguns meses depois chegaria o Fiat Siena. Sua lista de
itens de série e opcionais foram criticados na época. A mudança veio em 2000 e
linha 2001, mas um tanto tarde. Saiu de cena em 2002 já com um substituto
engatilhado. A nova geração da linha Polo chegava ao mercado nacional nas
carrocerias hatch e sedã. A meta sempre foi ficar acima do Gol, como uma opção
mais sofisticada. O início conseguiu vender bem, com média de 2.500 a 3.500 unidades mensais do hatch e sedã. Mas o preço do Polo no nosso
mercado era muito alto. Entre os motivos estavam a sua consistente construção,
quase igual ao do modelo europeu, que elevava seus custos de produção e consequentemente,
seu preço.
Não era o que consumidor queria, já que ainda estávamos na era do carro popular (e barato). Passou por mudanças em 2006 e 2014, nenhuma sem muito efeito. Saiu de cena no início de 2016. Até que chegamos ao passado presente. No final de 2016, falávamos de uma nova geração de Gol e Voyage, que seriam produzidas no Brasil dentro de alguns meses. O projeto do novo Polo seria chamado de Gol no nosso mercado, se não fosse as pesquisas de público e a Volkswagen, que julgara o nome “Gol” a um carro mais compacto e popular. A solução foi adotar novos nomes. Assim, o Polo voltou ao nosso mercado, como intermediário entre o Gol e o Golf (e criou-se uma confusão entre up!, Gol, Fox, Polo e Golf). E mesmo assim, acertou em cheio. O Polo chegou com uma moderna plataforma modular, motores modernos e itens de série interessantes para o consumidor atual, que já busca um carro mais seguro, espaçoso e equipado. Tanto, que a versão Highline se tornou um sucesso de vendas, seja pela lista de itens de série (e o quadro de instrumentos digital, que gerou filas de espera de 90 dias) como pelo motor 1.0 TSI, associado ao câmbio automático de 6 velocidades. Quando comparado aos seus principais rivais, o Polo se destaca como um novo ponto de referência do segmento de compactos, assim como o Hyundai HB20 se tornou em 2012. O sedã do Polo surgiu em janeiro de 2018 com o nome Virtus e também segue o mesmo caminho do hatch. Hoje, ambos conseguem vender juntos uma média entre 8 a 10 mil unidades mensais, números que o colocam à frente da dupla Gol/Voyage. Desde seu lançamento, em setembro do ano passado (vendas iniciadas no fim de outubro), o Polo já vendeu 43.670 unidades contra pouco mais de 17 mil unidades do Virtus, que começou a ser vendido oficialmente em fevereiro de 2018. Nesse ponto, a Volkswagen enfim acertou. Mas é preciso ter cuidado. A elevação dos preços da dupla pode fazer com que as vendas tendam a cair e ficar abaixo de uma patamar atual. Seria loucura tanta luta por um lugar ao sol ser desperdiçada.
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