Retrômobilismo#63 - Part. 02: É Gol do Brasil, é Gol da VW, é Volkswagen Gol!
Continuando a segunda parte da longeva história do Gol, voltamos ao ano de 1999, mais precisamente em Abril, quando mais um face-lift chegaria ao hatch, escolhido por muitos, como o Gol mais belo já produzido, no qual eu concordo em gênero, número e grau. Trazendo um ar de modernidade para o final dos anos 90, o Gol "G3", como ficou conhecido, trazia formas mais retilíneas e faróis de superfície complexa, transparente de maior alcance. Frente e traseira mudava de uma forma tão radical, que nem lembrava o Gol "Bola", lançado em 1994. O interior trazia um refinamento nunca antes visto em um Gol. A versão GTI continuava no G3, mas sem grande sucesso, tirava o visual esportivo pois perdia saias laterais, a bolha no capô e se tornava um "carro comum" na linha Gol, se não fosse a motorização. Porém o bom motor 2.0 16v estava lá, rendendo os mesmos 145,5cv de potência. O desempenho era um dos melhores do segmento, algo que manteve desde o Gol G2.
Em 2000 era lançada a versão 1.0 16v Turbo, um grande salto de tecnologia na linha Gol, que com ajuda do governo, que dava menos IPI a carros com motores 1000, fez a Volkswagen se beneficiar a lançar o inédito motor mil turbo ao mercado. Com turbocompressor, o 1.0 Turbo da Volkswagen conseguiu chegar a uma potência de 112cv de potência e torque de 15,8kgfm, o mais potente 1.0 já fabricado no Brasil de fábrica. Conseguia fazer de 0 a 100km/h em 9,8 segundos com velocidade máxima de 191km/h, ficava no mesmo patamar do antigo 2.0 8v. Além do Gol, esse motor também equipava a Parati, ambos com visual mais nervoso, como rodas de liga leve de aro 14" polegadas, faróis de máscara negra, aerofólio traseiro e era um pouco mais baixo que os demais Gols a venda. Tornou-se mico de vendas após os donos não usarem o óleo para motor 16v, usando em seu lugar o óleo de 8v, o que fazia o motor fundir. Em 2002 a Volkswagen viu que os motores aspirados estavam começando a ficar desatualizados, fez o 1.0 16v subir para 76cv de potência na versão Power, com torque de 9,7kgfm. Logo em seguida, o 1.0 8v também passou por aperfeiçoamentos e passava a render 65cv e torque de 9,1kgfm.
No modelo 2003 o Gol ganhava um leve face-lift, introduzido no Gol G3, que ganhava novo para-choque dianteiro e traseiro, mudanças mais bruscas na Parati do que nos demais modelos. Com a mudança o Gol voltava a oferecer uma motorização a álcool, além do motor 1.0 16v oferece a terceira, quarta e quinta marchas mais longas. Em 2003 chegava a nova versão Special, com o visual do G3 de 1999, que era mais espartano que o antigo Gol Special, oferecido antes com o visual do Gol Bolinha. Trocava o nome "Special" por "City". A linha era completada com as versões Sportline 1.0 16v Turbo e Comfortline com versões 1.8 e 2.0. Após isso, começava a corrida para tornar um carro flexível, podendo ser abastecido com dois tipos de combustíveis em um carro só. A Volkswagen saiu na frente ao oferecer no Gol, o primeiro motor Flex do mundo, chamado pela marca de TotalFlex, lançado em Março de 2003. O motor era o 1.6 que oferecia 99/97cv de potência e torque de 14,4/14,1kgfm com álcool e gasolina respectivamente
Os modelos com motores Flex traziam novidades mecânicas, como sistema de partida a frio, coletor de admissão, bicos injetores, válvulas e suas sedes, comando de velas, válvulas e bomba de combustíveis novos para poder suportar o álcool em dias mais frios. Em 2004 o 1.0 16v Turbo saía de linha, vítima de um problema crônico, onde a polia do variador de válvulas não tinha nenhuma relação com o Turbo, uma pequena falta de atenção da Volks que prejudicou o início dos motores Turbo no país. O 1.0 16v também saía de produção e o 1.0 8v e o 1.8 tornava-se Flex. Assim eles rendiam 68/65cv e torque de 9,2/9,1kgfm no 1.0 e 106/103cv de potência e torque de 16/15,5kgfm no 1.8, fazendo a Volkswagen apresentar o Gol City TotalFlex um dia antes da Fiat lançar os motores Flex de Mille e Palio. Em Setembro de 2005 era apresentado o "Gol G4", quem sabe um dos maiores erros da linha Gol pela sua involução frente ao G3. Já como linha 2006, o G4 trazia um visual um tanto estranho, mais recortado e com interior mais pobre até mesmo nas versões topo de linha, ganhava o mesmo painel de instrumentos do Fox, que era apertado e de leitura sofrível.
Também saíam de linha o conforto e os bons itens de série que o G3 oferecia, fazendo muitos adoradores do Gol acharem que o G4 foi o grande tiro no pé da Volkswagen, mas que pelo destino não iria durar muito tempo, visto o engano da Volkswagen. O Gol oferecia três versões, entre elas a City, com motores 1.0 8v e 1.6 8v, a Plus com motor 1.0, Power com motor 1.6 ou 1.8 faziam parte da gama Gol, que ficava bem mais enxuta. Em 2006 o Gol ganhava a versão Copa, oferecida nos motores 1.0 e 1.6 seguia com a tradição da Volkswagen em lançar a versão em todo ano do mundial. Lançada em 2004 no G3, outra versão que seguia no G4 era a versão Rallye, que chegava ao G4 em 2007, trazia uma chamativa cor amarela no modelo de lançamento. Tinha suspensão elevada, 27mm mais alto, trazia faróis de longo alcance, rodas de liga leve alumínio de 15" polegadas e um bizarro volante no interior.
Vendo o erro do lançamento do G4, a Volkswagen entendeu que o Gol precisava mesmo é de uma nova geração. Lançada em Julho de 2008, o finalmente novo Gol era lançado, vindo a se tornar o legítimo Gol G3 e não G5 como especificado em seu lançamento. A mudança era total. Pela primeira vez na história do Gol, a Volkswagen substituía os motores longitudinais pelos transversais. Depois de 14 anos, a Volkswagen lançava realmente um novo Gol, que chegaria com uma reformulação completa, desde a plataforma até a gama de motores, versões entre outros. Baseada na plataforma PQ35 de Fox e Polo, o Gol G5 trazia frente mais curta graças a nova posição do motor, com maior espaço interno. Tinha linhas que não lembravam em nada as antigas gerações, o que fez muita gente, já acostumada com o visual do Gol, estranhar a nova geração, que trazia linha de cintura alta, com traços mais modernos com o novo padrão visual da Volkswagen, no qual o Gol foi um dos primeiros a adotar esse novo visual no país.
O interior ganhava um salto de qualidade em relação ao G4 mas ainda faltava oferecer mais, trazia novo volante com botões no painel, uma melhor posição de dirigir, mais agradável e confortável e detalhes de acabamento mais requintado. Trazia pela primeira vez, computador de bordo, configurador de funções, volante multifuncional, com ajuste de altura e profundidade. Voltava a oferecer ABS e Airbag Duplo. Trazia novos motores 1.0 8v VHT que desenvolvia 76/72cv de potência, torque de 10,6/9,7kgfm e o 1.6 8v Flex da família EA-111, rendia 104/101cv de potência e torque de 15,6/15,4kgfm de força, sempre com câmbio manual de 5 marchas. Em 2009 ele trouxe o câmbio I-Motion, um câmbio automatizado que chegava para ser o riva do Dualogic, da Fiat, poderia equipar as versões Trend e Power do Gol, podendo ser adicionadas ao preço de R$2.500 (média) acima de cada versão.
Em 2010 o Gol trouxe algumas novidades, como indicador de revisão e painel em dois tons na versão Power, a topo de linha. Em 2011, o Gol recebeu novos revestimentos dos bancos, calotas e frisos. O Power 1.6 recebia novos frisos cromados nas laterais, novas calotas aro 15" polegadas, luzes de leitura traseira, entre outros. Sensor de estacionamento, rodas de liga leve aro 15, repetidores de setas nos retrovisores quando elétricos, são algumas das opções dessa versão.
No dia 18 de Julho de 2012, era lançado o primeiro face-lift da atual geração do Gol, que ficou conhecida como Gol G6, apesar de ainda ser um Gol "G3,5". A muda trouxe como principal novidade, o novo visual do Gol, que trouxe o novo padrão visual da Volkswagen, que ganhava novos faróis, lanternas, grade dianteira, capô, para-choque dianteiro e traseiro, além de novas calotas e rodas de liga leve, que trouxeram um ar de modernidade ao Gol, que melhorou em relação ao G5. No interior, a mudança fica por conta do novo rádio, novo volante multifuncional e revestimento dos bancos, aros cromados da saída do ar condicionado, novo botões do acionamento dos faróis e do ar-condicionado. Entre os itens de série, a Volkswagen equipou o Gol com trava elétrica central, vidros elétrios dianteiros e abertura interna do porta-malas, são itens de série desde a versão de entrada do novo Gol, que ganha ainda, desembaçador e limpador do vidro traseiro.
Ganhou também o sistema Comfort Blinker, item que possibilita que o motorista indique a direção em que pretende ir apenas com um toque na alavanca de seta, sem a necessidade de acioná-la completamente, além do ESS, sigla em inglês para Sinal de Frenagem de Emergência, herdado dos veículos alemães mais sofisticados do mercado. Caso o motorista pressione o pedal de freio de forma acentuada, mantendo uma frenagem mais consistente, o sistema de segurança aciona a luzes de freio de forma intermitente. Após a parada total do veículo, as luzes param de picar e o ESS aciona as luzes do pisca-alerta automaticamente, indicando uma parada de emergência, além do rádio, que ganhava entrada USB e Entrada Auxiliar.
Nestes quase 35 anos de história do Gol, sim ele é o carro mais velho em linha no Brasil, o Gol já vendeu mais de 7.000.000 de unidades, e é muito incerto dizer quantas unidades o carro vendeu, pois diariamente, são vendidas mais de 650 unidades. Atual líder do mercado há 26 anos (2014 ainda está aberta a briga), o Gol pode perder sua liderança pela primeira vez esse ano, em 2014. E não pense que esse Retrômobilismo foi para agradecer ao Gol por tudo que ele fez nestes 34 anos de história, pois o Gol deve viver muito tempo ainda, pois é o principal carro da marca. Com a chegada de novos rivais e o adeus do G4 em 2013, o Gol seguiu 2014 sozinho, diante do rival Fiat Palio, com duas gerações, acaba sendo um título injusto. Mas uma nova geração está prevista para 2016, quando o Gol deve se inspirar no Golf para voltar, ao topo de ranking, como espera seus fãs e a Volkswagen.
Fonte: Best Cars
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